Mulher à beira
duma largada de pombos
que fazer do teu braço
do teu crime
da tua mão justiceira?
— José Afonso

O passado 1 de Junho foi apresentada na livraria Pedreira de Compostela o novo livro de contos da Maria Jorgete Teixeira. Foi da mao da filóloga, escritora e política galega Goretti Sanmartín, que debulhou as interioridades do livro de contos a partir de uma leitura galega, a destacar as ligaçons que, para além das referências universais, podem ser encontradas nesta obra com a literatura galega. As mulheres de justiça pola mao de Rosália de Castro, a conceitualizaçom da maternidade de Castelao, etc.

Maria Jorgete Teixeira falou sobre a solidom da escrita e explicou como é que estes contos nasceram no espaço da AJA, inspirados pola figura e pola criaçom literária de José Afonso, e pola necessidade de dar voz às mulheres além de simples figuras decorativas na maior parte da literatura. Ademais, a autora teve tempo de refletir ainda sobre a necessidade de resistir na cultura própria e enviou aços às organizaçons e pessoas que lutam por conservar e desenvolver esse património que nos une, que é a língua galego-portuguesa.

«Mulher à beira de uma largada de pombos» é, portanto, um livro de onze contos que homenageiam algumhas cançons do Zeca, mas aqui revisitadas a partir de umha olhada de mulher. Umha olhada que convida a voltar à complexa poesia do autor de Grândola, mas que reclama, por si própria, toda a atençom. «Era um redondo vocáculo, uma soma de gente», «Avenida de Angola», «Velha da Terra Morena», «Quanto é doce», «No lago do Breu» ou «Chamava-se Catarina, o Alentejo a viu nascer» já nom som mais apenas versos dele, mas também a palavra das suas mulheres.

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