A apresentaçom à imprensa é a primeira acçom de um programa completo que irá ocupar todo o fim de semana, de 26 a 28 de Janeiro, e que inclui o sábado 27 umha palestra e um concerto-lançamento e o domingo 28 um acto simbólico de lembrança da estreia do Grândola, vila morena em Compostela
O Vice-Presidente da Associação José Afonso, Paulo Esperança, apresentou o núcleo da Galiza que nasce “para fazer justiça ao Zeca” e transmitir a sua obra e exemplo de compromisso entre as geraçons mais novas por todo este país, afirmou.
“No núcleo da AJA-Galiza começamos um caminho, logo dumha trajectória longa de relaçons com Portugal, com a responsabilidade de difundir o legado e a vinculaçom do Zeca Afonso na Galiza”, explicou Xulio Villaverde, presidente da Associaçom José Afonso – Galiza.
Pola sua parte, Paulo Esperança assinalou que é um privilégio estar na Galiza para o lançamento deste novo núcleo da Associaçom quando a AJA portuguesa faz 30 anos — constituída apenas seis meses após a morte de José Afonso morreu em 23 de Fevereiro de 1987. A AJA — explicou — “tem como matriz essencial ser independente e autónoma, por isso nom recebe nem um euro do Estado, pois vive das quotas das pessoas associadas e das exposiçons e actividades que organiza”.
Além do núcleo galego, que acaba de se constituir, existem mais 15 núcleos da Associaçom José Afonso, um deles em Bruxelas, “polo que é um projecto dinâmico com a ideia de difundir a obra do Zeca”, assinalou. “Temos bastantes amigos na Galiza e já houvo vários intentos de criaçom dum núcleo, mais isso nunca foi conseguido”, explicou. “Na directiva nacional da AJA em Portugal está um galego, Xico de Carinho, que tocou com o Zeca e organizou varias giras, mas nunca conseguimos conformar o núcleo até agora”, engadiu. Segundo explicou, a directiva deste novo núcleo galego contou com a ajuda do músico Manuel Teixeira, de Lisboa, e com Xulio Villaverde.
José Afonso por várias vezes escreveu cartas a amizades para explicar que nom conseguia concertos em Portugal, por causa da censura, e que precisava dinheiro para alimentar os filhos, e é assim que lhe fôrom arranjadas várias actuaçons na Galiza, também com a intençom de espalhar a sua mensagem de liberdade frente a ditadura. “Para a AJA é um prazer e um privilégio poder fazer justiça ao Zeca, ver na Galiza um núcleo que terá todo o nosso apoio, amor e carinho para transmitir a obra e o exemplo de José Afonso às geraçons mais jovens e a todos os lugares deste país”, concluiu.
Ao remate da comparecência de imprensa, o músico Manuel Teixeira interpretou com a guitarra dous temas para evocar as letras reivindicativas do Zeca Afonso, a sua vigência e a sua ligaçom com a Galiza.
Programa de actividades
A apresentaçom à imprensa é a primeira acçom de um programa completo que irá ocupar todo o fim de semana, de 26 a 28 de Janeiro, e que inclui o sábado 27 a partir das 18h00 umha palestra na Gentalha do Pichel a cargo do próprio Paulo Esperança sob o título “Triângulo Mágico na vida e obra de José Afonso África-Portugal-Galiza”. A palestra irá acompanhada musicalmente polo presidente da associaçom, Francisco Fanhais, com entrada livre.
Ademais, a palestra dará passo ao concerto-lançamento na Sala Malatesta, a partir das 22h00, conduzido por Arancha Nogueira e com a participaçom de músicas e grupos galegos e portugueses: Uxía, Francisco Fanhais, Nao, Cais da Saudade, Falua, Banda das Crechas, Do Fondo do Peto, Tiago Fernandes, Xico de Carinho & Manolo Bacalhau.
A apresentaçom terminará o domingo 28 num acto simbólico de lembrança dos 45 anos da primeira interpretaçom ao vivo do Grândola Vila Morena, que foi estreada em Compostela, no Burgo das Naçons. O acto de lembrança será mui perto dali, no parque que actualmente leva o nome do poeta, cantor e andarilho português que tivo, sempre, a sua segunda pátria na Galiza.